Esse post é uma singela homenagem a ele. Embora eu tenha me programado para falar o motivo de eu ir para a Escócia, hoje eu entendo por qual razão esse post foi sendo adiado, enquanto eu tinhas outras coisas a falar primeiro neste blog. Aconteceu algo que mudou minha vida completamente. Podemos chamar de "divisor de águas", embora eu não seja Maomé e não seja islâmico. Divisor de águas como um rio que se separa e corre por outros caminhos e a direção, talvez, bem mais definida.
Minha vida mudou em duas horas. Foi tudo o que eu precisava para rever essa vida inteira, curar inseguranças e ver a minha importância e a do que faço. Eu entendi meu propósito, eu chorei me sentindo liberto de coisas que não faziam parte de mim. Levei uma vida muito dura, mas a lição dessas duas horas foi amorosa e acolhedora. E tudo graças a ele, a Odin. No dia 16/07 foi a minha primeira consagração de Ayahuasca. A medicina das florestas é incrível. Em um sonho, no mês anterior, eu havia sido direcionado por Odin. Como um bom oniromancer, chamei ele algumas vezes para conversar em sonhos, até que um dia ele me respondeu, talvez de saco cheio. Ele disse que tinha coisas para me dizer que o mundo dos sonhos, talvez, não comportaria e que eu precisava de algo um pouco mais profundo. E foi aí que ele me indicou a Ayahuasca. "Não vai sentir os efeitos comuns da medicina, não vai vomitar, não vai ter diarreia, nem passar mal... você está preparado e com toda a estrutura para dar conta desse momento. Mas se prepare..." disse ele. E me mostrou cagando o maior e mais sólido, bonito e consistente tolete. Te juro. Nada foi diferente do que ele me avisou, mas eu posso garantir para vocês que a experiência superou todas as minhas expectativas.
Eu não vi mandalas, mas ele me explicou como elas eram formadas. Encarei meus medos, senti um deles respirar ao pé do meu ouvido, mas me mantive firme, pois sabia que nada poderia me atingir e que eu estava protegido. Muito bem protegido. Eu vi coisas e tive acesso a informações que, se eu contar, ninguém vai acreditar. E tá tudo bem, ninguém precisa acreditar. Odin estava lá e disse que, para começar, ele queria me mostrar algumas coisas e eu o segui. Estávamos caminhando na bifrost, a ponte arco-íris que leva a Asgard, protegida por Heimdall. A beleza dessa ponte é absurda. Estávamos nos aproximando de uma estrutura gigantesca, realmente GIGANTESCA, em uma proporção em que eu me sentia menor que uma mosca, muito menor que um grão de arroz. Talvez, uma pulga. Só o portão já era uma coisa estrondosa, brilhava em um ouro branco clarinho. Ele colocou a mão no portão e pediu para eu me aproximar. Eu me aproximei e ele me mostrou um raio de luz iluminando o portão de Asgard. "Esse aqui é meu reino, meu lar e o seu também. Toda luz que toca nesse ouro é refletida em todas as cores do arco-íris. Por que acha que coloquei todas as simbologias relativas ao arco-íris espalhadas ao longo da tua vida?". Eu comecei a chorar. "É para te lembrar de onde vem. Quero te lembrar quem tu realmente é. Tu acha mesmo que é uma pessoa tão desimportante, tão sem valor e pequenino assim como se sente?". Ele disse de uma forma contestadora, mas não menos amorosa. Meus olhos vertiam em lágrimas, porque ele havia pegado a minha maior dor, a qual tento me desvencilhar tem muito tempo. Os detalhes da arquitetura desse portão eram escandinavos, lindos, lindos, lindos. Uma riqueza de detalhes e de texturas que eu não teria simplesmente como tirar de um mero conceito eurocêntrico e branco de "inconsciente".
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Fonte: Pinterest. |
E foi aí que ele disse "deixa eu te mostrar uma coisa". Ele me mostrou uma vida passada minha nos fiordes noruegueses. Estava eu, em um barquinho, um homem de estatura mediana, pele bronzeada e cabelos loiros acinzentados, meio apagados talvez pela maresia. Vestia uma roupa muito simples, parecia um saco de batatas. Já dava para saber que se tratava de uma pessoa comum. Eu era um dos pescadores do meu vilarejo. Estava em um barquinho simples de pesca, com algumas ferramentas de pesca, caixas e bacias para depositar os peixes. Eu remava em um rio entre os fiordes, lindos, cheios de neve. Havia uma brisa leve, gelada. Eu podia sentir a temperatura gelada emanar das águas. Nessa visão, ouvi a voz de Odin me dizer que eu sempre fui uma pessoa simples, comum. Não era rei, não era cheio de riquezas materiais, nem uma figura famosa ou aparentemente comum. Mas que eu sempre fui grande nas minhas ideias, nos meus objetivos e nas minhas palavras. Eu inspirava todos que conhecia. E foi aí que a cena foi mudando, e ele mostrou um drakkar viking. Estávamos a-viking! Eu e outros moradores do vilarejo, nos direcionando para uma jornada de saques e invasões. Estávamos animados, ansiosos... Ele me disse que, por onde eu andei, eu levei seu nome e o de Asgard, a energia de inspiração e de força de seu reino. Ele me mostrou os detalhes do casco do drakkar e as cores do arco-íris reluzindo de uma forma simbólica para ilustrar o que ele queria dizer. Foi então que saltamos dessa linha do tempo e voltei ao portão de Asgard, em que estava de pé junto a ele. Odin me permitiu tocar no portão e sentir sua vibração e apreciar os detalhes de sua arquitetura. Deu uma risadinha. O véio era bem orgulhoso... com razão.
Ele me mostrou, à distância, o grande salão. Me explicou como funcionava Valhalla: noções muito mais complexas do que as entendidas e espalhadas pelo tempo. Não me permitiu entrar, porque tinha coisas que eu não poderia ver naquele momento por ainda estar vivo. Levou-me a uma grande fonte de luz que, segundo ele, produzia toda a vitalidade. Era uma fonte de vida, com uma luz muito forte, difícil de manter os olhos abertos. Parecia uma grande fonte com um pombo gigantesco jorrando essa luz perolada... Comecei a ser banhado por essa luz. Senti muitas coisas indo embora de dentro de mim. Senti meu corpo e minha alma leves. E foi aí que ele me apresentou Lúcifer como essa grande fonte de energia, de vitalidade, que poderia dar forma a qualquer coisa. Ele me mostrou como manipulava essa energia para criar uma árvore e como cada folhinha era construída. Odin me explicou com detalhes sobre o funcionamento do mundo, do universo e o motivo de tudo isso aqui existir: o mero acaso que, hoje, tem todo um ordenamento, um engenho, como um grande computador. Simplesmente aconteceu, agora a gente - e eles também - que segure a onda! Me explicou sobre "anomalias" na matrix, me mostrou a grande aranha criadora de todo o universo que tece as teias do passado, do presente e do futuro de uma forma completamente desordenada, caótica. Não existe imperfeição: até mesmo o caos e os erros eram perfeitos, pois tudo estava de acordo com o que foi codificado para ser. Eis que ouço, telepaticamente, a aranha me fitar com seus inúmeros olhinhos e dizer entre risadinhas: "todo mundo rezando para um deus... mal sabem que estão rezando para uma aranha". E ria. Eu a xinguei e ri junto.
Em algum nível bem mais abaixo, as nornas teciam as teias da aranha e lapidavam cada instante, cada história e cada trajetória. E muitas egrégoras espirituais, não só a galera de Asgard, mas de outras religiões, lapidando tudo como se fossem engenheiros.
Eu vi como uma alma era produzida.
Eu vi o propósito da minha existência.
Eu vi o meu Eu Superior.
Eu vi o motivo de eu fazer o que faço.
Eu vi o propósito do meu trabalho e que a Psicologia é apenas um dos meios de cumprir com os objetivos pelos quais minha alma foi codificada.
Coisas me foram explicadas que eu fui proibido de falar aqui ou até mesmo de compartilhar com outras pessoas. Permanecem em segredo e permanecerão.
Eu vi coisas e pessoas que estão na minha vida hoje e que são meramente passageiras. Vi minha família carnal sendo apenas passageira - era a primeira vez que a gente se encontrava, apenas por uma breve conexão.
Eu vi como uma alma era produzida.
Eu vi o propósito da minha existência.
Eu vi o meu Eu Superior.
Eu vi o motivo de eu fazer o que faço.
Eu vi o propósito do meu trabalho e que a Psicologia é apenas um dos meios de cumprir com os objetivos pelos quais minha alma foi codificada.
Coisas me foram explicadas que eu fui proibido de falar aqui ou até mesmo de compartilhar com outras pessoas. Permanecem em segredo e permanecerão.
Eu vi coisas e pessoas que estão na minha vida hoje e que são meramente passageiras. Vi minha família carnal sendo apenas passageira - era a primeira vez que a gente se encontrava, apenas por uma breve conexão.
Vi vidas anteriores da minha mãe e da minha cachorra Cacau. Era como se eu pudesse acessar qualquer informação sobre tudo e todos. Eu vi prazos de validade, eu vi a idade e como algumas pessoas morreriam. Eu vi segredos de pessoas que conheço. Eu vi que os animais pertencem às Forças da Natureza, as quais estão acima dos deuses e que compõem a lei de tudo.
Eu pude encontrar meu falecido pai, o qual me disse que a única coisa que faltava para ele poder seguir adiante era me pedir perdão por tudo o que havia me feito. Ele me contou o motivo de ter me rejeitado e me revelou um segredo sobre si mesmo. Eu o perdoei e ele expandiu-se em uma luz azul, dizendo que agora poderia seguir e reencarnar. Detalhe sobre isso: na manhã seguinte à minha consagração da Ayahuasca, minha mãe me disse que sonhou com ele se despedindo dela e que seguiria em frente. Ela nem sabia ainda do que eu tinha experienciado naquela noite.
Eu pude encontrar meu falecido pai, o qual me disse que a única coisa que faltava para ele poder seguir adiante era me pedir perdão por tudo o que havia me feito. Ele me contou o motivo de ter me rejeitado e me revelou um segredo sobre si mesmo. Eu o perdoei e ele expandiu-se em uma luz azul, dizendo que agora poderia seguir e reencarnar. Detalhe sobre isso: na manhã seguinte à minha consagração da Ayahuasca, minha mãe me disse que sonhou com ele se despedindo dela e que seguiria em frente. Ela nem sabia ainda do que eu tinha experienciado naquela noite.
Seguindo...
Eu vi a minha primeira vida nesse planeta, enquanto um aborígene. Odin me trouxe informações importantes acerca do que eu experienciei naquela vida. E eu vi, depois, um dos pontos altos dessa experiência: a minha vida enquanto um jacobita nas highlands escocesas. Mais uma vez, eu era apenas uma pessoa comum: era um agricultor que, assim como em todas as minhas outras vidas, era convocado para a guerra. Sempre fui um guerreiro, defendendo ideais de liberdade. Um drengr de Odin. Não posso trazer detalhes dessa vida, mas foi a mais elucidativa a respeito de dores e traumas que carrego na vida atual. Ele me mostrou detalhes dessa história, meu nome (não quis me dar o sobrenome, pena), amigos que estiveram ao meu lado e que estão presentes na vida atual; me mostrou a razão de eu nunca dar certo com ninguém, amorosamente falando, e porque a traição e a desconfiança me assombram. A minha morte se deu em uma grande emboscada. Foi uma morte cruel e muito violenta. Foi uma morte que fragmentou minha alma, a minha identidade e me apequenou... e isso nos leva aos primeiros minutos de experiência na Força desta medicina das florestas.
Odin disse que a minha ida à Escócia era para me conectar com meu passado, com a minha ancestralidade e para eu concluir a história. Eu preciso selar a história da vida anterior e a da minha alma, para assim a minha alma poder descansar e retornar para sua origem. Esta é a minha última viagem aqui. Preciso vingar a morte que fragmentou a minha alma. Para isso, costurando com a minha crise profissional, ele me indicou o que devo fazer. Essa viagem para a Escócia ganha um propósito muito maior. Assim que eu terminar o meu doutorado, darei início a esse novo projeto, o qual ainda não posso revelar para vocês. E viajarei para a Escócia não só para me conectar comigo mesmo e com a minha ancestralidade, mas também para trabalhar neste projeto. Estou ansioso para chegar o momento de compartilhar com vocês sobre o que se trata!
Mas enfim, eu ainda não falei para vocês como eu cheguei na Escócia antes de toda essa vivência na primeira cerimônia da Ayahuasca. Durante a minha vida toda, eu tive sonhos com esse lugar tão distante das terras brasileiras. Os sonhos eram tão reais, que eu podia sentir como se estivesse lá de fato. Cada cenário, cada paisagem, cada lugar... Quando criança, chorava de saudades de um lugar que eu não conhecia, mas que minha alma reconhecia como lar. Muitos sinais foram depositados na minha trajetória quanto a isso, mas cresci sem saber que lugar era esse.
Ano passado, antes do fim de um relacionamento, sonhei que estava lá. Sonhei que meu falecido pai havia me levado e ele me disse "a partir de hoje, esse é teu destino: a Escócia. Tu tem que ir para lá para saber de ti, da tua ancestralidade e concretizar algo importante; teu futuro está lá". Comecei a investigar isso, a partir daquele dia. Vi que tinha uma série chamada "Outlander" e comecei a assistir. Chorei a cada episódio, porque via as paisagens as quais sonhei ao longo da minha vida sem nunca ter pisado lá (pelo menos não nessa vida ainda kkkk). Depois disso, passei a uma busca desenfreada por documentos e outros registros tanto da família por parte de pai quanto de mãe, caçando arquivos e informações acerca das minhas origens familiares na vida presente.
Enfim... Foram as duas horas mais intensas e divisoras de água da minha vida. Ainda me encontro reflexivo, pensando nas repercussões disso tudo que me foi dito. Penso na minha trajetória, nas relações interpessoais, nos medos que tive e em todas as inseguranças que me amedrontavam. A medicina da floresta mudou e salvou a minha vida. Muita coisa mudou e tantas outras ficaram para trás. Foi uma experiência espiritual intensa e muito forte e que trouxe mudanças profundas e maior consciência. Seria um equívoco medíocre reduzir o que vivi naquela noite a um mero conceito branco e eurocêntrico de "inconsciente". Se o inconsciente for uma conexão com o mundo espiritual, com o nosso Eu Superior e um caminho de encontro com a Força, quem sabe? Mas não acho que a sociedade esteja preparada para rever sua materialidade dessa forma. Muitas pessoas pirariam se vissem as coisas que eu vi e descobrissem as coisas que me foram explicadas.
Eu sou eternamente grato à Força, às forças da natureza e a odin.
Sou eternamente grato à mestra Lisiane e à Fernanda, as duas que me permitiram viver uma cerimônia de Ayahuasca com tanto cuidado e responsabilidade. Amo vocês! Obrigado!
Eu te amo com todo meu coração. 🌹 Que venham muitas experiências ainda juntos. 🖤
ResponderExcluirTambém te amo! Imensamente! Obrigado por tudo <3
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